segunda-feira, 1 de setembro de 2014

América Colonial: Síntese e exercícios

Para os alunos do 2o ano: A colonização espanhola (quadro sinótico)

A colonização espanhola
  • A ocupação e a colonização europeia na América buscaram complementar o desenvolvimento capitalista das burguesias nacionais e dos Estados mercantilistas.
  • A colonização espanhola concentrou-se, de início, na exploração mineradora, impondo o Pacto Colonial.
  • O impacto da chegada dos europeus sobre as populações ameríndias foi devastador.
  • O controle administrativo espanhol sobre as colônias ficou a cargo do Conselho Supremo das Índias, implantando-se o sistema de portos únicos e os vice-reinados.
  • Os altos cargos administrativos cabiam aos chapetones, ficando os cabildos (administrações locais) nas mãos dos criollos.
  • A exploração dos ameríndios era feita, principalmente, por meio da mita e da encomienda.

1. Assinale a afirmação INCORRETA.
a) Para administrar o Novo Mundo, a Espanha criou a Casa de Contratação, o Conselho Supremo das Índias e o sistema de portos únicos e subdividiu o seu império em quatro vice-reinos.
b) A administração local ficava a cargo dos cabildos, dos quais participavam a elite colonial espanhola – os chapetones – e os nativos.
c) Os criollos eram os descendentes de espanhóis nascidos na América.
d) A mita consistia no trabalho compulsório dos índios nas minas de ouro e prata, com uma remuneração baixíssima.
e) Na encomienda a Coroa espanhola concedia ao colonizador nativos para trabalharem forçadamente nas minas ou na agricultura, sendo que em troca deviam ser catequizados.

2. (UEL-PR) Dada a diversidade dos povos, a relativa escassez de fontes e a natureza das circunstâncias em que foram produzidas, seria temerário afirmar que os registros que chegaram até nós dão-nos a perspectiva “indígena” da conquista. Mas fornecem, na verdade, uma série de evocações pungentes, filtradas pelas lentes da derrota, do impacto que provocou em certas regiões a súbita erupção de invasores estrangeiros, cuja aparência e comportamento estavam tão distantes da expectativa normal.
(ELLIOTT, J. H. “A conquista espanhola e a colonização da América”. In: BETHELL, L. (Org.) História da América Latina. São Paulo: USP, 1998. p. 160.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
a) Os marinheiros espanhóis, logo que chegaram ao “Novo Mundo”, constituíram famílias com as índias com o objetivo de introduzi-las, bem como a seus filhos, nas cortes europeias.
b) A violência e a destruição causadas pela conquista espanhola impediram a sobrevivência física dos nativos americanos, obstaculizando, também, a manutenção de relações coletivas de trabalho.
c) A unidade étnica e política dos países americanos resultou do movimento indígena de resistência à dominação dos países colonizadores.
d) A perspectiva indígena da conquista da América pelos europeus é um conjunto homogêneo de registros, porque as ações dos colonizadores, guiadas pelo respeito à diversidade, preservam os escritos das populações nativas.
e) Um dos efeitos danosos da conquista da América Latina diz respeito à forma como o sistema colonial estruturou-se, com a introdução do gado e do cultivo agrícola de produtos europeus, desorganizando as atividades e os modos de vida anteriores.

3. (PUC-RJ) Com exceção de uma, as opções abaixo apresentam de modo correto regiões das Américas onde se verificou largo emprego de mão de obra escrava de origem africana:
a) Vale do Paraíba do Sul, Brasil, meados do século XIX, produção de café.
b) Estados do sul, Estados Unidos da América, primeira metade do século XIX, produção de algodão.
c) Cuba, século XVIII, produção de açúcar.
d) Região das Minas, América portuguesa, meados dos séculos XVIII, extração de ouro.
e) Vice-reino do Peru, América espanhola, século XVII, extração de prata.

4. (UFR-RJ) Leia o texto a seguir.
Um dos períodos [da história do México] mais riscados, apagados e emendados com maior fúria tem sido a da Nova Espanha. [...] A Nova Espanha não se parece nem com o México pré-colombiano nem com o atual. E muito menos com a Espanha, embora tenha sido um território submetido à coroa espanhola.
(PAZ, O. Sóror Juana Inés de la Cruz: As artimanhas da fé. São Paulo: Mandarim, 1998.)
Sobre a sociedade colonial construída em Nova Espanha, é correto afirmar que
a) se apoiava, como na sociedade colonial brasileira, em uma divisão bipolar entre senhores europeus de um lado e escravos africanos do outro, visto que os indígenas haviam sido quase absolutamente exterminados no processo de conquista por doenças ou pela violência do colonizador.
b) se distinguia de outras sociedades coloniais, pois as diferenças sociais presentes nela eram de classe e não de cunho étnico: não importava a cor da pele para a determinação de um lugar social, mas as posses de um indivíduo.
c) se tratava, como em outras sociedades coloniais, de uma sociedade de superiores e de inferiores que, entretanto, reconhecia os mestiços, filhos de senhores brancos com mulheres indígenas, como fazendo parte da elite política local, sendo chamados criollos.
d) recaíam, exclusivamente, os privilégios da sociedade colonial sobre a minoria branca que apresentava, contudo, uma divisão interna entre aqueles brancos nascidos na Europa, ocupantes dos cargos de nível superior, e aqueles nascidos na América, ocupantes de posições claramente secundárias na hierarquia social.
e) se constituía em uma sociedade com uma estrutura hierárquica bem clara, em cuja base se encontravam os grupos desprovidos de quaisquer direitos sociais: índios e negros africanos, ambos trabalhando como escravos e sendo tratados exclusivamente como mercadoria, vendidos e comprados em grandes mercados nas principais cidades mexicanas.

5. (Fuvest) Frei Antônio de Montesinos, em 1512, no Caribe, pregava aos conquistadores espanhóis: "Com que direito haveis desencadeado uma guerra atroz contra essas gentes que viviam pacificamente em sua própria terra? Por que os deixais em semelhante estado de extenuação? Por que os matais a exigir que vos tragam diariamente seu ouro? Acaso não são eles homens? Acaso não possuem razão e alma? Não é vossa obrigação amá-los como a vós próprios?" Explique essas palavras de Montesinos dentro do contexto da conquista espanhola da América.
6. (Unesp) "Em uma esquematização levada ao extremo, pode-se dizer que os primeiros cento e cinqüenta anos da presença espanhola nas Américas foram marcados por grandes êxitos econômicos para a Coroa e para a minoria espanhola que participou diretamente da conquista, e pela destruição de grande parte da população indígena preexistente..."
(Celso Furtado, Formação Econômica da América Latina.)
a) A que principal atividade ligam-se "os grandes êxitos econômicos"?
b) A que se deve "a destruição de grande parte da população indígena preexistente"?

RESPOSTAS:
1. B
2. E
3. E
4. D
5. a) Os espanhóis beneficiaram-se da exploração colonial por conta da primazia e sucesso da extração de metais.
b) No processo de dominação e conquista da América, os  europeus combinaram vários elementos que possibilitaram a destruição das estruturas sociais locais. As armas de fogo (mosquetes, arcabuzes, pistolas e canhões) proporcionavam uma vantagem tripla para o conquistador: permitiam combater à distância, provocavam ferimentos de  morte ou inutilização do adversário, além de causarem terror psicológico acentuado por conta do espanto que o nativo demonstrava ao verificar o efeito da utilização desses instrumentos. O uso do cavalo deu ao conquistador grande mobilidade nos combates e despertava o temor no ameríndio já que o animal não era conhecido na América. Os espanhóis foram favorecidos também pela existência de lendas, crenças e superstições locais que chegavam a divinizar a figura dos conquistadores. A imposição da cristandade e valores europeus contribuíram para subjugar os nativos que, por serem considerados inferiores e “sem fé”, tiveram seus valores desprezados e alterados pelo conquistador. E, por fim, a proliferação de várias doenças como tifo, sarampo, varíola, febre, por exemplo, das quais os nativos não possuíam capacidade imunológica.
6. O texto reflete o extermínio das populações indígenas da América de colonização espanhola, notadamente no Caribe, onde ocorreu verdadeiro desaparecimento das populações nativas. Apesar da visão inocente e idealista dos indígenas da América presente nas palavras do religioso, percebe-se o reconhecimento da existência do caráter humano no indígena, visto como ser dotado de alma e razão. A maior parte dos colonizadores da época (inclusive membros do clero) negava essa visão.

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